Se existe uma palavra que a pandemia trouxe à tona foi “desafio”. Na saúde, os cientistas se desdobram para encontrar uma vacina para a Covid-19. Nos negócios, as companhias buscam soluções para se manterem estáveis, e essa nova realidade se impôs também dentro dos lares.
Com a quarentena, pais e mães receberam a oportunidade de passar mais tempo com seus filhos e o desafio de conciliar essa tarefa com suas jornadas de trabalho.
Para desmistificar o papel do pai, fortalecer a importância das divisões de responsabilidades quando o assunto são os filhos e entender como essa dinâmica está funcionando em tempos de home office, conversamos com dois pais que encontram nesse novo cenário a possibilidade de fortalecer os laços diários com a família: Márcio Brandão, vice-presidente de Comunicação Corporativa do Banco Credit Suisse no Brasil, e Paulo Romariz, gerente de Comunicação Corporativa da Visa do Brasil.
Brandão é pai de Pedro, de 9 anos, e conta que no início a rotina teve de passar por muitas adequações.
“No começo foi pior, mas cada um assumiu um papel. Das nossas cachorras, por exemplo, o meu filho cuida. Já o jantar fica por minha conta. Cada um tem um trabalhinho extra, mas faz parte do processo”.
Paulo até ri quando relata que já deixou de habilitar a câmera do computador em reuniões porque estava dando banho no pequeno Benício, de 1 ano e meio. “Perdi as contas de quantas vezes dei banho ou troquei fraldas enquanto fazia calls”. Ele alerta, porém, que a sua maior preocupação como pai é a falta de interação social do filho. “É importante que ele faça amigos, descubra mundos, possibilidades e pessoas diferentes da sua própria família, então, para não tirar dele essa oportunidade, temos garantido o contato dele, pelo menos, com outras crianças do prédio”.
Novas experiências
Se por um lado os desafios são grandes, por outro, existem muitas compensações. Brandão conta que apesar de cada um ter o seu espaço e privacidade, é muito bom poder acompanhar mais de perto o seu desempenho escolar.
Já para Paulo, que enquanto conversava com a gente brincava com o pequeno no playground do prédio, este tempo próximo do filho proporcionou que ele visse os primeiros passos e até ouvisse as primeiras palavrinhas dele. “Antes, eu passava menos tempo com ele, e querendo ou não, o desenvolvimento dele acabava sendo terceirizado. Estar mais ativo em todos esses começos e fases é muito gratificante”.
Gostinho de quero mais
O pós-pandemia também traz um desafio: como voltar à rotina sem que haja uma ruptura bruta na presença frequente e sem que as crianças sejam impactadas negativamente? É inevitável, então, que pais e mães já estejam pensando em maneiras de se manterem próximos dos filhos quando o “normal” voltar ao normal.
Paulo conta que, se possível, fará de tudo para que não precise ir tantas vezes na semana ao escritório. Já Brandão diz que pretende continuar almoçando com a família pelo menos uma vez por semana. “Tenho certeza que isso vai fazer grande diferença na nossa vida familiar”.
Em uma coisa, Brandão e Paulo foram unânimes (e usaram até as mesmas palavras): o isolamento social só reforçou que os tempos em família não têm preço e que dividir o dia com quem amamos é muito precioso.
E você, como tem conciliado a sua jornada de trabalho à família? Conta pra gente aqui nos comentários.