por Gisele Franchini, gerente de conteúdo da Wide Digital SP
O ditado diz que uma imagem fala mais do que mil palavras. Mas, se as palavras forem parte de uma boa conversa, são capazes de comunicar com mais aderência e conexão em qualquer situação. Prova disso são os podcasts, cujo crescimento no número tanto de ouvintes quanto de programas escutados se manteve ascendente nos últimos anos, chamando a atenção de empresas e plataformas de streaming.
No Brasil, dos 120 milhões de internautas brasileiros, 50 milhões – o equivalente a 40% – já escutaram um programa de áudio, mostrou a Pesquisa Abpod 2019. Os números de 2020 revelam que o crescimento se mantém constante. Mesmo durante a pandemia, sondagem realizada pela Audio.ad aponta que 80% dos entrevistados aumentaram ou mantiveram seu consumo de áudio digital.
Como foi o caso de outros canais, a consolidação e os holofotes conquistados na comunicação externa refletem-se na crescente implementação do podcast como ferramenta também de comunicação interna. Empresas têm aproveitado a dinâmica do formato para gerar conversas mais horizontais, informar audiências de diferentes perfis e criar uma comunicação mais íntima e próxima das pessoas.
O tom, muitas vezes mais descontraído, cai como uma luva especialmente quando o desafio é gerar informes recorrentes que sejam mais aderentes ao público e garantam a entrega efetiva das mensagens. Neste contexto, unir o informativo ao amigável tem sido o grande objetivo das empresas, humanizando o tradicional “informe semanal”.
Mas, na hora de viabilizar a produção de um podcast interno, não se deixe enganar pela estética aparentemente simples dos programas em áudio. É preciso, antes de tudo, dedicar um olhar atento à estratégia por trás da adoção e implementação do formato. O ponto de partida é compreender seu público-alvo. Quem são as pessoas que vão te ouvir? Esta pergunta deve nortear todas as decisões posteriores: qual formato de programa escolher? Um informativo com apenas um host – responsável pela leitura do conteúdo – ou um formato de debate, com convidados e uma dinâmica mais aberta?
Este é apenas o começo da estratégia. Com essas questões em mãos, é hora de partir para o desenvolvimento de roteiros, calendários de envio, escolha da plataforma e uma produção que demandará efeitos sonoros, locução e vinheta. Na etapa “mão na massa”, as mensagens e conteúdos da empresa são transformados em um bom bate-papo.
Mas não precisa se intimidar por todos estes elementos. Eles, tão cruciais para se entender as nuances e possibilidades do podcast na comunicação interna, são depois transformados em um fluxo recorrente de produção que torna a prática mais simples e, por que não, divertida.
E os resultados compensam. A conexão e a fidelidade do público a podcasts recorrentes cria um vínculo com a cultura da empresa capaz de transformar negócios. E a cultura, como já disse Peter Drucker, come a estratégia no almoço – um ótimo momento, inclusive, para se dar play no seu podcast favorito.