Criado em 1978, o conceito de “síndrome do impostor” é um conjunto de sintomas que uma pessoa pode apresentar ao se deparar situações positivas, mas que julga não ser merecedora. E, assim, ela cria uma espécie de autossabotagem, na qual não aceita promoções de cargo e desafios no trabalho por achar que não está preparada.
Uma pesquisa da Universidade Dominicana da Califórnia aponta que 70% dos profissionais já vivenciaram a síndrome do impostor em algum momento da vida. Dessa forma o profissional limita o próprio crescimento, menosprezando seu potencial e supervalorizando o potencial dos outros.
Segundo a psicóloga especializada em ambientes corporativos Marli Arruda, no mundo corporativo é comum encontrar pessoas com bloqueios e traumas devido a uma infância e/ou adolescência em que foi muito cobrada e comparadas. Por medo de não se destacar e, assim, não obter o amor e atenção dos pais, torna-se perfeccionista, controladora e, as vezes, desenvolve medo de chamar atenção. É comum que essa pessoa também exija das pessoas com quais trabalha a mesma postura, dificultando as relações interpessoais.
Como identificar?
De acordo com Marli, muitas vezes a pessoa identifica o que está vivendo como um simples sentimento peculiar e nada mais, mas a “síndrome do impostor” cria uma situação imaginária, baseada em vivências da infância ou adolescência, que não reflete a realidade. O indivíduo acostuma-se a viver achando-se uma fraude e acha que a qualquer momento alguém pode descobrir que ele não é bom o suficiente.
Em detalhes, podemos identificar as seguintes características:
– Achar que o seu conhecimento nunca é o suficiente, tornar-se extremamente autocrítico e crítico com os outros também.
– Inventar desculpas para recusar convites e novos desafios, especialmente no trabalho.
– Mesmo conhecendo suas atividades, sente-se inseguro quando é reconhecido.
– Quando elogiada, acha que a pessoa está mentindo ou querendo agradá-lo.
– A procrastinação também é uma prática comum entre quem sofre com a síndrome.
Como lidar?
Assim como o problema não surge do dia para a noite, a solução é um processo, que exige muito trabalho de autoconhecimento e inteligência emocional.
A melhor forma de minimizar estes sintomas é mudar crenças internas. Como trata-se de uma tarefa difícil, é possível procurar um coach de carreira e/ou psicólogo para ajudar a trabalhar a origem do problema. Dessa forma a causa será eliminada e o profissional ficará seguro para desfrutar de experiências condizentes com seu valor pessoal e seu potencial.