Gerações e o lugar de fala: um chamado para a construção da sociedade

Para entender as importâncias dos ciclos geracionais e como eles se conectam, conversamos com pessoas de gerações diferentes

Nas últimas semanas, a discussão em torno do que é “cringe” e o que não é pode ter levado à ideia de que uma geração sempre será ultrapassada pela outra, quando, na verdade, mais velhos e mais novos só têm a ganhar com a convivência mútua.

Seja nas experiências pessoais ou no ambiente de trabalho, a diversidade etária promove tolerância, aprendizados e troca de experiências. Para compartilhar um pouco dessas trocas importantes e exemplos do quanto a pluralidade de gerações é um ganho para os times, conversamos com alguns funcionários da fábrica da Alpargatas em Campina Grande, onde são produzidas as famosas Havaianas.

Com os mais velhos, temos a oportunidade de aprender que a tecnologia não resolve tudo, que há outras formas de fazer acontecer. Já os mais novos têm uma energia contagiante e conhecimento em tecnologias às quais fomos apresentados mais tardiamente. É uma experiência bastante proveitosa“, conta a secretária Virgínia de Araújo, que nasceu em 1968. Para ela, sua geração, a X, pode ensinar aos mais novos que o lado analógico da vida continua sendo indispensável e que paciência e capacidade analítica podem ser essenciais na solução de problemas.

Com a palavra, as gerações

O Coordenador de Segurança Patrimonial Juarez de Farias, nascido em 1964, concorda com a colega de empresa: “Com os mais velhos, tiro experiências e maturidade quanto a tomar uma decisão. Já nos mais novos, admiro a intrepidez e a confiança de que vale a pena arriscar“.

Essa visão trazida pela Geração X é apoiada pelos mais jovens. “A minha geração, a Z, é muito do agora, queremos as coisas de forma rápida. Então, com os mais velhos, aprendo a ser mais paciente, e acho que eles aprendem comigo a ser mais compreensivos“, diz a operadora de Centro de Distribuição Emanuelle Farias De Lima, nascida em 2001. Já para Sérgio do Nascimento Filho, pesquisador e desenvolvedor de projetos da companhia e também da Gen Z (nascido em 1995), “Paciência, foco, determinação, ser resiliente e flexível são coisas que aprendo com as gerações mais velhas no trabalho“.

Mas, afinal, quais são as revoluções, inovações e características mais impactantes de cada geração? Fomos atrás:

 

Geração Baby Boomer: é a primeira geração a conquistar o “direito de ser jovem”, de fazer o que bem entender e não dar satisfações de nada a ninguém – e isso inspira muitos jovens até hoje;

 

 

Geração X: representa a maior parcela de empresários do Brasil; segundo a Fiesp, 38% das startups brasileiras são de pessoas com mais de 45 anos;

 

 

Geração Y (Millennials): a geração que conheceu o mundo sem internet e viu essa divisão de tempos acontecer bem diante dos próprios olhos – e não perdeu tempo; é a geração imediatista, que pensa em sustentabilidade, consumo consciente e se envolve em causas sociais;

 

 

 

Geração Z: já nasceu conectada e não faz nem ideia de como era o mundo sem internet (alguns até duvidam que isso realmente aconteceu); por isso, é a geração que tem mais facilidade em se comunicar nos ambientes digitais, criar movimentos sociais fora das telas e se mobilizar por causas e ativismos.

 

Independentemente de a qual geração pertencemos, as conexões são reais. Graças a elementos específicos de cada um destes grupos, temos uma sociedade diversa e que trilha as rotas necessárias para a construção de um convívio mais igualitário, justo e transformador.

 

Por: Carla Festucci e Rebeca Serpa

Redação

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