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“Venci o câncer de próstata. Infelizmente o preconceito mata mais do que a própria doença”
“Venci o câncer de próstata. Infelizmente o preconceito mata mais do que a própria doença”
Jorge Elias, policial civil aposentado, hoje com 64 anos, é exemplo de força e coração na luta contra a doença. Campanha Novembro azul reforça importância do exame preventivo contra o câncer de próstata, segunda doença que mais mata homens no mundo.
Anualmente, 68 mil casos de câncer de próstata são registrados no Brasil segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), um número que pode ser muito maior em 2020 por conta da pandemia: um recente estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) estima que, de março a junho deste ano, 70 mil brasileiros com câncer deixaram de receber o diagnóstico.
A campanha Novembro Azul reforça a importância da mudança de cultura e incentiva o homem a dar um “chega pra lá” no preconceito – e sem demora, afinal, se descoberto precocemente, o câncer de próstata tem índice de cura de 90%. Este foi o caso do policial aposentado Jorge Elias que, aos 55 anos de idade, descobriu ter a mesma doença que havia matado seu pai.
“Sabemos que um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento do câncer de próstata é hereditário. Meu pai morreu com 80 anos; comecei a realizar os exames quando completei 45”
Além de colocar em risco a vida dos pacientes, o diagnóstico tardio pode causar diversas complicações e até a impotência sexual. A visita ao urologista pode tirar esse fantasma da vida do homem.
Doença de idoso?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 75% dos casos de câncer de próstata no mundo atingem homens acima de 65 anos. Porém, a visita ao urologista deve começar bem antes e depende de alguns fatores: em geral, a consulta é recomendada a partir dos 50 anos, mas para casos genéticos – negros e pardos têm incidência maior – e histórico familiar, a atenção deve começar a partir dos 45 anos.
Baseado em Fatos Reais
Receber a notícia de que está doente é sempre muito difícil, a “ficha” pode demorar para cair e reagir depende sempre de muitos fatores. O caso do senhor Jorge Elias não foi diferente. Ele conta que ficou sem chão e que as palavras do médico, no primeiro instante, foram como uma sentença de morte.
“Ouvir o urologista dizer que era câncer de próstata me causou desespero. Fiquei pensando no que eu tinha feito da vida até aquele momento e o que eu ia fazer dali pra frente, achava que a resposta era ‘nada’, mas esta não é a verdade. A doença tem tratamento e cura, se diagnosticada no início”.
A rede de suporte social e afetiva oferecida por família e amigos é essencial para manter o equilíbrio emocional durante qualquer processo de cura. O personagem de nossa história teve na companheira, hoje esposa, a força necessária para tomar as decisões durante o tratamento: “Pesquisamos muito para entender, conversamos com o médico e enfrentamos a doença todos juntos, inclusive minhas filhas”, relata.
Com o diagnóstico precoce, seu Jorge pôde realizar o procedimento com a técnica HIFU (High Intensity Focused Ultrassound) que é minimamente invasivo e com capacidade para tratar apenas o tumor, técnica nova no Brasil em 2011, quando submeteu ao processo. “Hoje estou bem, sem nenhuma sequela do câncer e com minha vida sexual normal para minha idade”. E complementa: “Para os homens que têm receio ou tabu com o ‘toque’ deixo um alerta: o preconceito mata mais do que o câncer”.
Enquanto realizava o tratamento, Jorge criou um blog para compartilhar com o mundo sua trajetória de superação.
Neste ano, a pandemia mexeu com nossas vidas, mas o Ministério da Saúde reforça a importância em manter a rotina dos exames. Fique tranquilo, pois os consultórios e as clínicas médicas obedecem rigorosos protocolos contra a Covid-19.
Sobre a prevenção ao câncer de próstata, além dos exames anuais, a recomendação é manter uma rotina de exercícios e alimentação saudável, abandonar o cigarro e reduzir o consumo de álcool.
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